domingo, 4 de setembro de 2011

EDUCAÇÃO CRISTÃ


I.              CONCEITOS DE EDUCAÇÃO
1. Educação no sentido geral
    1.Ato ou efeito de educar(-se).
    2.Processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral.
                                                                                               Dicionário Aurélio.
Contudo, educação não é apenas o processo de transferir conteúdos acadêmicos, mas todo conjunto de instruções, disciplinas e práticas que visam preparar a próxima geração para cumprir um ideal mais elevado. Agregar conhecimento sem dar sentido a ele, sem a implicação moral de utilidade e cumprimento de um propósito transcendente ao indivíduo, é negar a história e a própria natureza da humanidade.
Vamos examinar também a definição da palavra EDUCAR, segundo o dicionário cristão Webster 1828. Segundo Webster educar é toda a série de instruções e disciplinas com o objetivo de:
1. Iluminar o entendimento;
2. Corrigir o temperamento;
3. Formar as maneiras e hábitos da juventude;
4. E prepará-los para serem úteis no futuro, cumprindo o seu chamado na vida.

1.    EDUCAÇÃO CRISTÃ. O que é?
Algumas definições de Educação Cristã:
 - Educação Cristã é um processo de educação e aprendizado sustentado pelo Espírito Santo e baseado nas Escrituras
 - A Educação Cristã é o processo Cristocêntrico, baseado na Bíblia e relacionado com o estudante, para comunicar a Palavra de Deus através do poder do Espírito Santo com o propósito de levar outros a Cristo e edificá-los em Cristo.
 - Educação Cristã é um processo que ocorre tanto informalmente como através de uma série de eventos planejada, sistemática e contínua, objetivando levar o crente a conformar-se à imagem de Cristo (maturidade), tendo como base autoritativa as Escrituras Sagradas e sustentada pelo Espírito Santo, visando a glória de Deus.
Desdobrando esta última definição temos sete distintivos teológicos importantes:
2.1.        Educação Cristã é um processo
      Devemos ver a educação cristã como um processo de desenvolvimento do ser humano. Por “ processo” entendemos uma ação progressiva que ocorre através de uma série de atos e eventos que produzem mudanças, e não importa se são rápidas ou lentas, desde que conduza a um progresso, a uma melhora. (Ver 1 Co 13.11).

2.2. Educação Cristã ocorre informalmente (Piedade pessoal do educador)
Educação informal é aquela realizada não intencionalmente (ou, pelo menos, sem a intenção de educar). Freqüentemente, o exemplo de um líder cristão é mais educacional do que os conteúdos que ele ensina, pois seus alunos podem aprender mais conteúdos valiosos em decorrência da observação de suas atitudes e de seu comportamento do que em conseqüência de seu ensino.  
2.3.  Educação Cristã é um processo planejado, sistemático e contínuo
      A educação formal é aquela realizada e organizada com o objetivo de educar. Exige-se um planejamento de temas, com horários determinados e uma série de eventos e atividades de ensino elaboradas sistematicamente com a intenção clara de educar
     A Educação planejada, sistemática e contínua exige, portanto, um bom programa de educação cristã, e este normalmente apresenta os seguintes aspectos:
a) Um estudo cuidadoso das necessidades da igreja local, quais os pontos fortes e fracos, qual área necessita de um investimento mais emergente;
b) O conteúdo bíblico a ser estudado é adequado às atuais necessidades. Pois não é suficiente estudar a Bíblia, mas que o tema adotado seja relevante para a vida da igreja;
c) Tem objetivos claramente fixados, ou seja, sabe-se onde pretende chegar;
d) Tem um programa de recrutamento, treinamento e capacitação de líderes e professores;
2.4. Educação Cristã tem como objetivo levar o crente á maturidade
      Paulo em Cl 1:28 diz: “ o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo”. (Ver Mt 28.19,20).
    Paulo ensinava com uma finalidade: “apresentar todo homem perfeito em Cristo”. Obviamente que perfeito aqui não significa ausência de pecados, mas maturidade espiritual. O que queremos dizer por maturidade cristã é o processo de santificação, o caminho progressivo para a conformidade à imagem de Cristo no crente. (Pv 4.18).
2.5. Educação Cristã deve se fundamentar nas Escrituras Sagradas
     Calvino dizia que para alguém chegar a Deus, o Criador, é necessário que tenha a Escritura por guia e mestra. O verdadeiro conhecimento de Deus está na Bíblia. Isto porque, a Escritura é a única regra inerrante de fé e prática da vida da igreja.
A Confissão de Fé de Westminster declara a autoridade da Escritura:
A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de Deus. (Ref. II Tim. 3:16; I João 5:9, I Tess. 2:13.) [19] 
Uma educação cristã prima pela relevância e indispensabilidade da Palavra de Deus. Em dias confusos como os nossos, temos que nos voltar para o Sola Scriptura e resgatar nossa confiança no seu ensino, a única que mediante o seu poder é capaz de transformar vidas.

2.6. Educação Cristã é sustentada pelo Espírito Santo
Falando da inspiração das Escrituras, Pedro afirma que "Homens santos falaram ao serem movidos pelo Espírito Santo" (2 Pe 1.21). Assim, cremos que as Escrituras são o produto do Espírito Santo, que não apenas no-las dá, mas também nos capacita a entendê-las, iluminando as nossas mentes e aplicando a verdade de Deus no coração da Igreja. (2 Tm 3.15-17; cf. 1 Tm 4.13)
Desta forma, o educador cristão deve insistir que a iluminação do Espírito Santo é necessária na interpretação, compreensão e aplicação das Escrituras.
2.7. Educação Cristã visa a Glória de Deus.
    O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus, e este é o nosso objetivo último na educação cristã, então isso irá mudar a forma como ensinamos as Escrituras. Iremos ensinar não apenas para que os membros em nossas igrejas aprendam o conteúdo bíblico, mas também para que eles venham a ter uma relação com o Autor da Bíblia. Nós não iremos apenas ensinar para que aprendam mais sobre Deus, mas para crescerem em sua relação com Deus.

II. BENEFÍCIOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
Na Igreja Primitiva, cinco atividades de Educação Cristã se destacavam. São conferidas no livro dos Atos (2.41-47; 5.42).

O Culto

     A primeira delas o Culto (cf. 2.42a). Efésios 5.19-21 e Colossenses 3.16b são claros em apresentar os elementos que compõem o culto cristão: os hinos  de louvor, as orações, a proclamação e ensino, e o serviço. A adoração há de ser pessoal (Rm 12.1) e coletiva (Ex 12.26). Na adoração reconhecemos nossa indignidade, e o sacrifício redentor de Jesus Cristo; buscamos conhecer a vontade de Deus para poder servi-Lo com todas as veras  do nosso espírito. Na atividade de culto, o testemunho se faz atuante aos não-crentes, aos adversários, ao que têm impedimentos físicos, e isso  por métodos os mais variados, pois o evangelho deve ser sempre atual falando às pessoas quando e onde elas estão e como estão num testemunho relevante e inteligível, tomando-se cuidado com os jargões religiosos que o descrente pode não entender, e não ter  igualmente sentido para as crianças. Algo assim como: “tem fogo aí irmã?”, “reteté de Jeová”,   e outros tantos.
    Se o culto é o relacionamento consciente da congregação com Deus, quem o cria e o faz de modo consciente é a Educação Cristã (cf.  Ec. 12.26).

O Testemunho

    A Educação Cristã ressalta que no culto estamos como uma coletividade de pecadores salvos que confessam seu pecado e o perdão trazido por Cristo. Ensina  que culto é ação. 
    A experiência de estar com a congregação em culto é pedagógica porque temos uma experiência viva do povo de Deus na história; crianças, jovens e adultos se vêm como membros da mesma comunidade que cultua. É preciso crer na família que adora a Deus unida quando cada culto se torna uma experiência de adoração e educação.

A Comunhão

    No Novo Testamento, o sentido de comunhão não era café-com-bolinhos, e sim o de Atos 4.32,34,35. O senso de pertencer, de ser-um-com-os-outros,  de amar e ser amado é uma das mais extraordinárias experiências da vida cristã (cf. 1Jo 4.19-21). Assim,  a educação  Cristã nos dá o reconhecimento do nivelamento que o evangelho dá a pessoas de classes sociais, raças ou idades diferentes. Através da comunhão, relacionamentos quebrados são curados e fortalecidos. E isso não é sociabilidade, mas o reconhecimento que pela graça somos salvos, alimentados pela educação na fé porque Cristo estabeleceu para a igreja o "ensinando a guardar".

A Capacitação

    O próximo passo é o do  ensino,  a capacitação e treinamento do povo de Deus para a missão divina. São os novos crentes, a liderança da igreja, os grupos especiais. Afinal,  a igreja  não lida com coisas, mas com pessoas, o que significa que sua tarefa é produzir gente de boa qualidade.
    Nosso trabalho é produzir crentes que saibam o que creem, e que possam declarar  sua fé no espírito de 1Pedro 3.15. Para que isso aconteça, haveremos de enfatizar o estudo sistemático, dialógico da Palavra Santa, ou seja, não dizer o que se deve crer, mas ajudá-los a descobrir por eles mesmos;  que sejam crentes de princípios justos e valores perfeitos;  leais à Igreja de Jesus Cristo, à sua denominação, e à sua igreja local;  crentes profundamente conscientes do seu papel  no mundo, mostrando-lhe o que faz diferença na vida para eles expressa na simples expressão, "em Cristo".

O Serviço

    Cada crente em Jesus Cristo tem recursos para cuidar, zelar, fazer crescer como participante do Corpo de Cristo com os dons que o Espírito Santo distribuiu soberanamente (cf. 1Co12.6-11). A Educação Cristã, a educação, há de tornar compreendidos esses dons, ao tempo, que, abrindo os olhos espirituais, capacita com o treinamento o crente.


II. Que objetivos educacionais a Educação Cristã deve procurar DESENVOLVER?

   1º Conhecer a Palavra
   2º Viver a Palavra
   3º Ensinar a Palavra
III. Os fundamentos da educação cristã
A educação para ser cristã deve estar fundamentada nos seguintes princípios:
1 – No ensino da Bíblia. Há necessidade de que a educação cristã resgate a Bíblia dentro das Igrejas, haja vista que, em muitas situações ela se tornou secundária, como aconteceu com o povo de Israel antes do reinado de Josias. Ao falar do ensino da Bíblia devemos nos conscientizar que não ensinamos qualquer assunto, mas a Palavra de Deus, daí a necessidade de repensarmos os nossos métodos de ensino no processo ensino-aprendizagem na sala de aula na Escola Dominical, por exemplo, conforme as palavras de Paulo: “aquele que ensina, esmere-se em fazê-lo”.
2 – Na transformação da conduta. Há que se questionar a educação que não transforma. Uma das finalidades da educação cristã deve ser a mudança do comportamento. Quantas coisas há para serem mudadas em nossa vida e em nosso viver diário. Esta questão está diretamente ligada à prática das Escrituras, pois, se a praticarmos certamente teremos nossa conduta transformada cotidianamente.
3 – Na piedade. A finalidade última da educação cristã é o Criador. João Amós Comenius, Pai da Pedagogia Moderna, contribuiu para o conceito de educação cristã ao declarar que a finalidade da educação é fazer do homem paraíso de delícias para o Criador.

IV. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
1.1.        A EDUCAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO

Deuteronômio 6:4-9 :
[4] Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR.
[5] Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda atua força.
[6] Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração;
[7] tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.
[8] Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos.
[9] E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas.
Podemos observar que em primeiro lugar a Bíblia nos diz para reconhecermos Deus como o único Senhor, e adorá-lo com todas as forças do espírito, alma (mente) e corpo. Como uma atitude seguinte segue-se a obediência a este Senhor, guardando a Sua Palavra em nosso coração (v.6). Estas "palavras que hoje te ordeno" que nos versículos anteriores incluíam os dez mandamentos, e a aliança de Deus com o homem, deveram primeiramente estar dentro dos corações dos pais, para que então pudessem ser ministradas aos filhos. Não se pode dar algo que não se tenha recebido primeiro, e tudo que é bom vem do Pai da luzes. Estas palavras deveriam ser inculcadas aos filhos, assentado em casa, andando, deitando, levantando. Inculcar nos dicionários da língua portuguesa significa repetir muitas vezes para imprimir no espírito (Aurélio, Michaelis). A palavra hebraica traduzida aqui por inculcar (ou ensinar, intimar) é LAMAD, e é uma palavra de grande abrangência, e representa muito bem o processo de ensino e aprendizagem que Deus estabeleceu para os país e filhos.
Lamad, traduzida por inculcar, pode ser definida como:
1. "Cortar" a mente; é a idéia de uma navalha afiada formando um canal (sulco) na mente e produzindo por meio desta incisão um padrão de pensamento.
2. Formar um estilo de vida, ou uma maneira de viver.
Temos aqui, portanto dois aspectos: o aspecto interno, relacionado com o ensinar, que é o "cortar", marcar, criar um caminho que produz padrões e estruturas de pensamento, e o aspecto externo, a conseqüência disto, que nos fala da aprendizagem, que é um estilo de vida, ou uma maneira de viver.

1.2.        A EDUCAÇÃO CRISTÃ NO NOVO TESTAMENTO

     A maneira como o movimento cristão foi apresentado pelo próprio Senhor Jesus refere-se a uma forma de vida e de prática eminentemente educativa. Não se trata de uma nova forma de culto, não é, de forma alguma, uma orientação sobre rituais religiosos. Todo o tempo, Jesus fala sobre um estilo de vida transformado e transformador, que deve ser vivido e ensinado. (Mateus 5.17 e 19).
     Na igreja primitiva, a pregação do Evangelho era seguida por um ensino constante, conforme relatos dos Atos dos Apóstolos e das cartas pastorais. Em Atos 11, lê-se que a conversão de um grande número de gregos na cidade de Antioquia exige providencias e a igreja de Jerusalém envia Barnabé para ensinar os novos conversos. Barnabé, por sua vez, percebe as dificuldades envolvidas em grandiosa tarefa e vai a Tarso buscar reforço, trazendo Paulo para auxiliá-lo. Paulo permanece em Antioquia durante um ano, ensinando uma numerosa multidão.

1.3.        A EDUCAÇÃ CRISTÃ NA IDADE DAS TREVAS
     Quando o Cristianismo deixou de ser um movimento subversivo e marginalizado dentro do Império Romano, passando ao status de religião oficial, as bases da fé e da vida cristã foram gradativamente sendo abandonadas.     
     A educação que anteriormente era considerada de extrema relevância dentro das comunidades cristãs, passou a ser percebida como perigosa para os interesses políticos e eclesiásticos. Os textos sagrados foram proibidos. Grande parte do próprio clero nem sequer sabia ler (conf. GUILES, 1987). As Escrituras Sagradas não podiam ser traduzidas para a língua do povo porque cabia à alta hierarquia clerical a interpretação da mesma.  

1.4.        A EDUCAÇÃ CRISTÃ NA REFORMA PROTESTANTE
     A Reforma Protestante do século XVI tem como marco inicial a publicação das 95 teses de Martinho Lutero, escritas num simples pedaço de papel e pregadas na porta da Igreja de Wittemberg, na Alemanha, no dia 31 de outubro de 1517. Com esta atitude, Lutero apenas desejava chamar a atenção do clero, do Imperador e das autoridades em geral para os abusos crescentes e demonstrar que não havia sustentação bíblica para inúmeras práticas realizadas, supostamente, em nome de Deus, de Jesus e dos apóstolos. Rapidamente as teses de Lutero foram traduzidas por seus seguidores e tornaram-se um dos documentos mais lidos na história do mundo ocidental Entretanto, Lutero percebeu que a educação do povo não interessava àqueles que pretendiam manter o povo distante das luzes esclarecedores, oriundas da Palavra de Deus.
Martinho Lutero mobilizou grandes multidões de pessoas simples e também da nobreza e da burguesia emergente. Príncipes, teólogos e educadores mobilizaram esforços no sentido de fazer prosperar os ideais de um cristianismo reformado.
     Assim, é a Reforma Protestante e não o iluminismo que rompe com a dominação imposta pela ignorância. É a Reforma quem primeiro advoga a necessidade urgente de investir na educação de todos como a única forma de conduzir o povo ao conhecimento do Evangelho e livrá-lo da dominação de um pseudo-cristianismo dissociado dos ensinos de Cristo e dos apóstolos.

1.5.        A EDUCAÇÃO CRISTÃ NA MODERNIDADE
      Vejamos alguns desafios que a igreja deve superar no processo de ensino da Palavra de Deus nos dias atuais:
A. Rejeição dos Relatos Miraculosos. Os relatos bíblicos envolvendo a atuação miraculosa de Deus como a criação do mundo, os milagres de Moisés, etc, passaram a ser desacreditados e frequentemente explicado como naturais. Já que milagres não existem, segue-se que foram fabricações do povo de Israel e depois da Igreja, que atribuem a eventos sobrenaturais coisas que nunca aconteceram historicamente.
B. A Pluralidade da Verdade - O pensamento pós-moderno rejeita o conceito da modernidade de que existam verdades absolutas e fixas. Toda verdade é relativa e depende do contexto social e cultural onde as pessoas vivem. Isso inclui verdades religiosas.
C. A Defesa do Inclusivismo  - O pós-modernismo busca uma sociedade pluralista, onde haja convivencia amigável entre visões diferentes e opostas. Isso é  pluralismo inclusivista.  Espera-se que as opiniões cedam umas as outras, particularmente aos pontos-de-vista marginalizados que foram calados por gerações pelas vozes dominantes da sociedade.É o caso do ponto-de-vista feminista, dos homossexuais, das minorias| das culturas desprezadas. Isso abriu o campo para as hermeneuticas das minorias, como a hermenêutica feminista, a hermenêutica da raça negra e a hermenêutica homossexual.  
D. O Conceito do "Politicamente Correio" - Nessa sociedade pluralista e inclusivista, a opinião e as convicções têm de ser respeitadas — algo com que o cristão bíblico, a principio concordaria. Mas, para os pluralistas, a razão para esse "respeito' é que a opinião de um é tão verdadeira quanto a opinião do outro.

V. CANAIS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
A.     ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
B.    CULTO DE DOUTRINA
C.   SEMINÁRIOS DE CURTA DUAÇÃO
D.   CURSOS BÍBLICOS
E.    SEMINÁRIO TEOLÓGICO
F.    PALESTRAS, ETC.
VI. O CONTEÚDO E OS MÉTODOS NA EDUCAÇÃO CRISTÃ
1.    O QUE ENSINAR?
Breve resumo dos temas que devemos ensinar e proclamar:
PORTA
FUNDAMENTO
INICIAÇÃO
NASCIMENTO
ALVO
CONSUMAÇÃO
PLENITUDE
MATURIDADE
CAMINHO
EDIFICAÇÃO
DESENVOLVIMENTO
CRESCIMENTO
 











a.    Porta – É o momento do início da vida cristã.
Devemos abordar assuntos como: Jesus Cristo é o Filho de Deus, Deus se fez homem, morreu, ressuscitou e é o Senhor. Arrependimento, morte da velha vida e começo da nova e poder de Deus para ser transformado.

b.    Caminho – são os assuntos que nos levam ao crescimento espiritual:

& A velha e a nova maneira de viver

& O relacionamento entre irmãos

- Impureza sexual
- Materialismo e avareza
- Inveja e ira
- Vocabulário pervertido
- Falsidade e mentira
- Vícios
- Devolver o mal por mal
- Injustiça


- Amor fraternal
- Comunhão
- Serviço
- Resolver conflitos   

& A família

& O Espírito Santo

 - O amor familiar
 - Criação de filhos no temor do Senhor
 - A conduta dos filhos
 - A presença de Cristo no lar


- A obra do Espírito
- O fruto do Espírito
- Os dons do Espírito
- O andar no Espírito
          
& A formação do caráter

& A igreja

- Integridade
- Humildade
- Domínio próprio
- Desenvolvimento da personalidade



- Edificação e crescimento
- O batismo
- A ceia do Senhor
- Dízimos e ofertas
- Obediências as autoridades
- A missão da igreja no mundo
- O triunfo da igreja


& O relacionamento com Deus

          O trabalho na Obra do Senhor
 - Amar a Deus
 - A oração, fé e dependência de Deus
 - O louvor e a adoração
 - A leitura das Sagradas Escrituras
- O jejum – a confiança na provisão de Deus - O conhecer a Deus
- O culto a Deus


- Trabalhando para o Senhor
- Mordomia cristã



c.    Alvo – O propósito de Deus é ter uma família de muitos filhos semelhantes a Jesus. Alvo do ensino da Palavra de Deus: - CARÁTER;  - BOA CONDUTA; - TESTEMUNHO; - CRESCIMENTO ESPIRITUAL; - SER EXEMPLO DOS FIÉIS.


2.    A PEDAGOGIA DE JESUS
      A excelência de Jesus como mestre chama a nossa atenção não apenas para o conteúdo de seu ensino mas também para os próprios métodos, motivações e objetivos revelados em sua pedagogia.
     O modelo de educador que Jesus nos apresenta é inspirador e ao mesmo tempo desafiador, pois nos chama ao compromisso e à dedicação à árdua e sublime tarefa de educar. Vejamos alguns princípios que se inferem da vida e ensino de Jesus e as implicações que os mesmos trazem para a nossa educação cristã.

1 - Envolvimento Pessoal.
            No texto de Marcos 3.14, vemos o relato que quando Jesus chamou os seus discípulos, eles os chamou para “estarem com ele” primeiramente e depois para os enviar a pregar.
            O modelo de ensino de Jesus não era um ensinamento distanciado, apartado, onde os alunos apenas se relacionam com o mestre  na perspectiva de emissor e receptor de ensinamentos.
            A tarefa de educar, de gerar discípulos, do ponto de vista de Jesus, começa com o envolvimento entre mestre e discípulo, educador e educando. Jesus não apenas ensinava com palavras, mas com a própria vida e a proximidade com os discípulos fazia toda uma diferença que era crucial para transformá-los.
           
2 – Variedade de meios de comunicação.
            Em Mateus 5.2, vemos o relato de que Jesus se assentou no monte e começou a ensinar, em Marcos 4.2, é narrado que Jesus ensinava por parábolas e em Lucas 4.16 a 30 Jesus estava numa sinagoga pregando para os judeus. No evangelho de João, capítulo 4, vemos Jesus abordando uma mulher samaritana e, após iniciar um contato pessoal com a mesma, inicia uma conversa onde Ele comunica verdades preciosas para a vida daquela mulher.
            Os textos citados acima nos demonstram a variedade dos métodos que Jesus usava para comunicar a sua mensagem. Com respeito ao uso das parábolas, Russel Shedd[1] salienta o seguinte: “As parábolas ofereciam vantagens ao Mestre incomparável: 1) Prendiam o interesse; 2) Eram um veículo pedagógico muito comum entre os judeus (cf. 2Sm 12:1-7 e Talmude); 3) Tornavam concretas idéias abstratas...”. Tal fato nos revela que Jesus se aplicava na missão de se fazer bem entendido aos seus ouvintes.
           
3 – Encarnação do ensino ministrado.
            Em João 13. 1 a 14, Jesus nos ensina uma preciosa lição. O texto nos diz que Ele se dispôs a lavar os pés dos discípulos. Esta atitude chocou o discípulo Pedro que não admitia que o seu Senhor se colocasse no papel de um servo (lavar os pés era função dos escravos).
            Ao se colocar na posição de servo, Jesus não estava apenas ensinando a humildade teoricamente, mas a estava demonstrando na prática.  Ele já havia dito que o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e naquela noite ele deu um exemplo prático disto. No v. 14 Jesus disse aos discípulos “também vós deveis lavar os pés uns dos outros”. Ele não estava apenas dizendo que eles deveriam lavar os pés uns dos outros, mas Ele estava dizendo e demonstrara com a própria vida o seu ensinamento.
           
4 – Fidelidade ao conteúdo.
            O evangelho de João, no capítulo 12 versículo 50, registra as seguintes palavras de Jesus: “como o Pai me tem dito, assim falo”. Estas palavras, além de demonstrar a fonte do ensino de Jesus, revelam a fidelidade dele no tocante ao conteúdo do ensino. Todo o conteúdo recebido do Pai era transmitido da mesma forma, sem alteração, sem adulteração.
            A implicação deste princípio para a educação cristã pode ser sentida em duas dimensões: a) busca incansável do conhecimento da verdade ensinada nas Escrituras, que é o conteúdo da educação cristã; b) coragem e fidelidade no ensino do conteúdo.

5 – Amor aos educandos.
            Em João 13.34 Jesus disse que estava dando um novo mandamento aos discípulos e este mandamento era: “que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também ameis uns aos outros.” Jesus estava dizendo aos discípulos que eles deveriam amar uns aos outros e ao mesmo tempo Ele se colocava como exemplo deste amor: “como eu vos amei”.
           
6 – Confronto pessoal.
            Jesus não evitou confrontar seus discípulos com a verdade. No evangelho de João, capítulo 6, dos versículos 60 a 71, Jesus confronta seus discípulos de maneira dura. Ele falara que aqueles que quisessem segui-lo deveriam comer da sua carne e beber do seu sangue, deveriam estar profundamente comprometidos com Ele. Após este discurso alguns seguidores disseram que tal discurso era duro demais e se retiraram. Jesus, assistindo a uma grande debandada, diz aos seus discípulos: “quereis vós também retirar-vos?” Jesus não estava preocupado em agradar aos discípulos, mas sim em mantê-los íntegros e fiéis à verdade.
           
7 – Capacitação do educando a se tornar educador.
            Marcos 3:14, nos informa que Jesus escolheu doze para estarem com Ele e também para “os enviar a pregar”. Em Mateus 28.19, Jesus comissiona os seus discípulos à grande tarefa de se reproduzirem por todo o mundo, de irem e fazerem discípulos de todas as nações.
            Jesus jamais pensou em ensinar àqueles homens apenas para que eles aprendessem, mas Ele tinha em mente que aqueles homens eram apenas parte do processo, e que o ensino deveria ser prolongado numa longa cadeia de mestres e discípulos que se tornam futuros mestres para gerarem novos discípulos.
           
8 – Dependência de Deus.
            Jesus ensinou que tudo o que fazia era na dependência do Pai. No evangelho de João 17.7, Ele disse: “... todas as coisas que me tens dado provém de ti” e ainda no evangelho de João 15.5 ele diz: “sem mim, nada podeis fazer”.
            Tais textos revelam que Jesus reconhecia que todo o seu trabalho de discipulado não poderia ser possível se não fosse na dependência de Deus e que também nós, sem ele, sem dependermos dele, nada poderemos fazer.
           
9 – Ensino com autoridade.
            Jesus tinha autoridade. O seu ensino era totalmente diferente do ensino dos escribas. Mateus 7.28 e 29 nos mostra que as pessoas se admiravam justamente porque Jesus tinha autoridade.
            Autoridade tem a ver com a vida da pessoa que ensina, com a presença do poder e da unção de Deus sobre aquele que ministra. Autoridade também indica autenticidade da vida de quem ensina. Só tem autoridade quem vive o que prega e quem prega o que vive.
           
10 – Confiança no evangelho como poder de Deus para transformar vidas.
            Em João 6.63 Jesus disse: “As palavras que eu vos tenho dito, são espírito e vida”.  Jesus cria que no que ele pregava o evangelho, era poder de Deus para trazer vida aos seus discípulos.
            Temos que crer no evangelho como o poder de Deus para transformar vidas se quisermos nos dedicar à educação cristã. O evangelho pode mudar a sorte de um homem, do inferno para o céu. Nações inteiras podem ser transformadas por uma geração que recebeu valores evangélicos em sua educação e que passaram a viver por estes mesmos princípios.

CONCLUSÃO. O que quer que aconteça na igreja é pedagógico, e essa ação pedagógica há de ajudar o crente a pensar, e guiá-lo a uma perspectiva diferente de si, dos outros, dos horizontes. Embora a fé se tenha tornado difícil neste mundo de pensamento lógico e materializado, nosso povo anseia pela vida de fé com Deus, e aí reside o propósito central da educação religiosa: ser um fator de participação e de liderança de mudanças nos envolvimentos do ser humano em suas interrelações. A igreja, por isso, deve se tornar um centro de convivência, ou no dizer de Miller, "a igreja local é onde nos tornamos conscientes do começo de nosso sustento na vida cristã"  (p. 194).

REFERÊNCIAS
- APOSTILA DE EDUCAÇÃO CRISTÃ. Antônio Rodrigues e Cleudson Carlos. Setadi.
- HIMITIAN, Jorge. O ministério didático da igreja. Editora Logos, 1991.
- CD-ROOM: Novo Dicionário Aurélio.
- Site: Click Teologia (alguns artigos relacionados à Educação Cristã).
- Artigo A EDUCAÇÃO RELIGIOSA – refletindo sobre seus benefícios. Pr. Walter Santos Baptista

- Flávio da Silva Duarte. Trabalho Acadêmico - A PEDAGOGIA DE JESUS: Dez princípios e implicações para a educação cristã. SPBC.


Apostilas elaboradas pelo professor Nocivaldo Costa em 02 de Maio de 2011, para uso do SETADI.


[1]Russel P. Shedd.  A Bíblia Vida Nova, Novo Testamento. Pág. 48.

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