domingo, 4 de setembro de 2011

LÍNGUA PORTUGUESA


INTRODUÇÃO
       
          A língua portuguesa, com mais de 260 milhões de falantes, é, como língua nativa, a quinta língua mais falada no mundo e a terceira mais falada no mundo ocidental, e tem origem em Portugal, daí o nome "português" dado ao idioma. Além de Portugal, ele é oficial em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e, desde 13 de julho de 2007, na Guiné Equatorial, sendo também falado nos antigos territórios da Índia Portuguesa (Goa, Damão, Ilha de Angediva, Simbor, Gogolá, Diu e Dadrá e Nagar-Aveli). Possui estatuto oficial na União Europeia, no Mercosul, na União Africana, na Organização dos Estados Americanos, na União Latina, na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e na Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa (ACOLOP).
Países onde o português é língua oficial:

          A língua portuguesa é uma língua românica, tal como o castelhano, o catalão, o italiano, o francês e o romeno. Mais especificamente, o português pertence ao grupo ibero-românico.
          Assim como os outros idiomas, o português sofreu uma evolução histórica, sendo influenciado por vários idiomas e dialetos, até chegar ao estágio conhecido atualmente. Deve-se considerar, porém, que o português de hoje compreende vários dialetos e subdialetos, falares e subfalares, muitas vezes bastante distintos, além de dois padrões reconhecidos internacionalmente (português brasileiro e português europeu). No momento actual, o português é a única língua do mundo ocidental falada por mais de cem milhões de pessoas com duas ortografias oficiais (note-se que línguas como o inglês têm diferenças de ortografia pontuais mas não ortografias oficiais divergentes), situação a que o Acordo Ortográfico de 1990 pretende pôr cobro.
          Segundo um levantamento feito pela Academia Brasileira de Letras, a língua portuguesa tem, atualmente, cerca de 356 mil unidades lexicais. Essas unidades estão dicionarizadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.
          O português é conhecido como "A língua de Camões" (em homenagem a Luís Vaz de Camões, escritor português, autor de Os Lusíadas) e "A última flor do Lácio" (expressão usada no soneto Língua Portuguesa, do escritor brasileiro Olavo Bilac[12]). Miguel de Cervantes, o célebre autor espanhol, considerava o idioma "doce e agradável".
3 Curiosidades da Língua Portuguesa
  

 

  • A maior palavra do português é "Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico", com 46 letras, que denota o estado de quem é vítima de uma enfermidade causada pela aspiração de cinzas vulcânicas.
  • A língua portuguesa é o único idioma românico em que existe mesóclise. (Intercalação de pronome átono em um verbo. Ex.: dir-te-ei, amá-lo-ia, contar-vo-lo-ia).
  • A palavra "saudade" foi por muito tempo considerada de existência única no português, em relação ao seu significado; esta ideia acabou sendo mitificada, devido a não existir uma palavra imediatamente equivalente nas línguas estrangeiras mais conhecidas.

1.   A HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL
Desde que os portugueses chegaram ao Brasil, há cinco séculos, muita coisa mudou no jeito de falar. Vejamos:

1500
Os cerca de 5 milhões de indígenas que aqui viviam, distribuídos em mais de 1,5 mil povos, falavam em torno de mil línguas de vários grupos lingüísticos.

1580
Começa a ser registrada a língua geral paulista, difundida por padres jesuítas e bandeirantes.

1700
Surgem registros da língua geral amazônica, de base tupinambá, e do dialeto de Minas, misto de português com o EVÉ-FON, trazido por escravos africanos.

1759
O Marquês de Pombal promulga lei impondo o uso da língua portuguesa, mas ainda coexistem no país diversos idiomas indígenas e africanos.

1808
A chegada da família real é decisiva para a difusão da língua: são criadas bibliotecas, escolas e gráficas (e, com elas, jornais e revistas).

1850
Imigrantes europeus aportam em grande número no país, incentivando transformações no idioma com a introdução de diversos estrangeirismos.

ESTRANGEIRISMO: Emprego de palavra, frase ou construção sintática estrangeira.             Aurélio
                                                                                                                       

1922
A semana de arte moderna leva o português informal para as artes. A crescente urbanização e o surgimento do rádio ajudam a misturar variedades liguísticas.

1988              
A Constituição garante a preservação dos dialetos de grupos indígenas e remanescentes de quilombos.

1990
Com a TV presente em mais de 90% dos lares, não se constata o isolamento linguístico.  Começa a nascer a linguagem rápida usada na internet.

2009
Em janeiro deste ano, passou a vigorar no Brasil, um acordo ortográfico, que foi criado em 1990, com o objetivo de acabar com as diferenças ortográficas da língua portuguesa, não apenas entre Brasil e Portugal, mas também, entre as seis nações que falam e escrevem o português (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).



2.  ACORDO ORTOGRÁFICO – O QUE MUDA
Pra quem ainda não sabe, desde janeiro de 2009 entrou em vigor o novo acordo ortográfico, as mudanças no idioma visam universalizar a língua portuguesa. Facilitando o intercâmbio cultural entre os países lusófonos entre outras coisas.
No Brasil 0,5% das palavras sofrerão modificações, em Portugal e nos restantes países lusófonos, as mudanças afetarão cerca de 2.600 palavras, ou seja, 1,6% do vocabulário total.

As principais mudanças:

2.1. Alfabeto
• Nova Regra: O alfabeto agora é formado por 26 letras
• Regra Antiga: O 'k', 'w' e 'y' não eram consideradas letras do nosso alfabeto.
• Como Será: Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron, byroniano


2.2. Trema
• Nova Regra: Não existe mais o trema em língua portuguesa. Apenas em casos de nomes próprios e seus derivados, por exemplo: Müller, mülleriano.
• Regra Antiga: agüentar, conseqüência, cinqüenta, qüinqüênio, frqüência, freqüente, eloqüência, eloqüente, argüição, delinqüir, pingüim, tranqüilo, lingüiça.
• Como Será: aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio, frequência, frequente, eloquência, eloquente, arguição, delinquir, pinguim, tranquilo, linguiça.

2.3. Acentuação
• Nova Regra: Ditongos abertos (ei, oi) não são mais acentuados em palavras paroxítonas.
• Regra Antiga: assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, panacéia, Coréia, hebréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico, paranóico.
• Como Será: assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, panaceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, paranóico.

Observações:
• nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis.
• o acento no ditongo aberto 'eu' continua: chapéu, véu, céu, ilhéu.
• Nova Regra: O hiato 'oo' não é mais acentuado.
• Regra Antiga: enjôo, vôo, corôo, perdôo, côo, môo, abençôo, povôo.
• Como Será: enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo, abençoo, povôo.
• Nova Regra: O hiato 'ee' não é mais acentuado.
• Regra Antiga: crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, relêem, revêem.
• Como Será: creem, deem, leem, veem, descreem, releem, revêem.
• Nova Regra: Não existe mais o acento diferencial em palavras homógrafas.
• Regra Antiga: pára (verbo), péla (substantivo e verbo), pêlo (substantivo), pêra (substantivo), péra (substantivo), pólo (substantivo).
• Como Será: para (verbo), pela (substantivo e verbo), pelo (substantivo), pera (substantivo), pera (substantivo), polo (substantivo).
Observação:
• o acento diferencial ainda permanece no verbo 'poder' (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo - 'pôde') e no verbo 'pôr' para diferenciar da preposição 'por'

• Nova Regra: Não se acentua mais a letra 'u' nas formas verbais rizotônicas, quando precedido de 'g' ou 'q' e antes de 'e' ou 'i' (gue, que, gui, qui).
• Regra Antiga: argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, enxagúemos, obliqúe.
• Como Será: argui, apazigue,averigue, enxague, ensaguemos, obliqúe.
• Nova Regra: Não se acentua mais 'i' e 'u' tônicos em paroxítonas quando precedidos de ditongo.
• Regra Antiga: baiúca, boiúna, cheiínho, saiínha, feiúra, feiúme.
• Como Será: baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura, feiume.
2.4. Hífen
• Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por 'r' ou 's', sendo que essas devem ser dobradas.
• Regra Antiga: ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, anti-social, anti-rugas, arqui-romântico, arqui-rivalidae, auto-regulamentação, auto-sugestão, contra-senso, contra-regra, contra-senha, extra-regimento, extra-sístole, extra-seco, infra-som, ultra-sonografia, semi-real, semi-sintético, supra-renal, supra-sensível.
• Como Será: antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade, autorregulamentação, contrassenha, extrarregimento, extrassístole, extrasseco, infrassom, inrarrenal, ultrarromântico, ultrassonografia, suprarrenal, suprassensível.
Observação:
• em prefixos terminados por 'r', permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-resistente etc.
• Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal.
• Regra Antiga: auto-afirmação, auto-ajuda, auto-aprendizagem, auto-escola, auto-estrada, auto-instrução, contra-exemplo, contra-indicação, contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial, infra-estrutura, intra-ocular, intra-uterino, neo-expressionista, neo-imperialista, semi-aberto, semi-árido, semi-automático, semi-embriagado, semi-obscuridade, supra-ocular, ultra-elevado.
• Como Será: autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiautomático, semiárido, semiembriagado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado.

Observações:
• esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano, socioeconômico etc.
• esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por 'h': anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo etc.
• Nova Regra: Agora utiliza-se hífen quando a palavra é formada por um prefixo (ou falso prefixo) terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal.
• Regra Antiga: antiibérico, antiinflamatório, antiinflacionário, antiimperialista, arquiinimigo, arquiirmandade, microondas, microônibus, microorgânico.
• Como Será: anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo, arqui-irmandade, micro-ondas, micro-ônibus, micro-orgânico.
Observações:
• esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo termina com vogal + palavra inicia com vogal diferente = não tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com mesma vogal = com hífen.
• uma exceção é o prefixo 'co'. Mesmo se a outra palavra inicia-se com a vogal 'o', NÃO utliza-se hífen.
• Nova Regra: Não usamos mais hífen em compostos que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição.
• Regra Antiga: manda-chuva, pára-quedas, pára-quedista, pára-lama, pára-brisa, pára-choque, pára-vento.
• Como Será: mandachuva, paraquedas, paraquedista, paralama, parabrisa, parachoque, paravento.
Observação:
• o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constiui unidade sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc.
O uso do hífen permanece

• Em palavras formadas por prefixos 'ex', 'vice', 'soto': ex-marido, vice-presidente, soto-mestre.
• Em palavras formadas por prefixos 'circum' e 'pan' + palavras iniciadas em vogal, M ou N: pan-americano, circum-navegação.
• Em palavras formadas com prefixos 'pré', 'pró' e 'pós' + palavras que tem significado próprio: pré-natal, pró-desarmamento, pós-graduação.
• Em palavras formadas pelas palavras 'além', 'aquém', 'recém', 'sem': além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-nascidos, recém-casados, sem-número, sem-teto.

Não existe mais hífen

• Em locuções de qualquer tipo (substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais): cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel, sala de jantar, cartão de visita, cor de vinho, à vontade, abaixo de, acerca de etc.

• Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à queima-roupa.


2.5. Consoantes não pronunciadas

Fora do Brasil foram eliminadas as consoantes não pronunciadas:
• ação, didático, ótimo, batismo em vez de acção, didáctico, óptimo, baptismo

2.6. Grafia Dupla

De forma a contemplar as diferenças fonéticas existentes, aceitam-se duplas grafias em algumas palavras:
• António/Antônio, facto/fato, secção/seção.

3. Dúvidas do dia-a-dia:
3.1. Verbo FAZER
O verbo FAZER, referindo-se a "tempo decorrido", é IMPESSOAL (=sem sujeito); por isso só deve ser usado no SINGULAR.

"FAZ dez anos que eu fui aquela igreja."

"FAZ sete ou oito minutos que ele está pregando."

É interessante lembrar que esta regra se aplica também às locuções verbais. Quando o verbo principal for o FAZER (="tempo decorrido"), o auxiliar deverá ficar no SINGULAR:
"Já DEVE FAZER duas horas que ela saiu."
"VAI FAZER cinco anos que não nos vemos."

3.2. EM NÍVEL ou A NÍVEL DE?
a) A NÍVEL DE não existe. Foi um modismo criado nos últimos anos. Devemos evitá-lo:
"A nível de relatório, o trabalho está muito bom."
O certo é: "Quanto ao relatório... ou Com referência ao relatório..."

"Levou um pontapé ao nível do joelho."
O certo é: "Levou um pontapé na altura do joelho."

b) EM NÍVEL. Só pode ser usado em situações em que existam "níveis":
"Este problema só pode ser resolvido em nível de diretoria."
"Isso será analisado em nível federal."

3.3. Uso culto e uso popular
   "Eu vi ela"
Dois amigos conversam:
Amigo 1: "Faz tempo que não vejo ela".
Amigo 2: "Pois eu vi ela ontem à noite".
Há quem brinque com esse tipo de construção da frase: "Eu vi ela, tu rua, ele avenida"...
No português falado do Brasil, na língua do dia-a-dia, o pronome reto (eu, tu, ele, nós, vós, eles) assumiu definitivamente o papel de complemento verbal. Nós dizemos, no dia-a-dia, "faz tempo que não vejo ele", "eu vou encontrar ela amanhã" e por aí vai. Isso não está no padrão formal da língua portuguesa. O correto seria:
Faz tempo que eu não o vejo.
Eu devo encontrá-la amanhã.
No padrão formal, frases como "Faz tempo que não vejo ele" não são aceitas de jeito nenhum, mas são tão usadas que acabam se tornando uma tendência em outros ambientes lingüísticos.

3.4. Pronomes de tratamento
       "Vossa Excelência"
Os pronomes de tratamento são  usados normalmente em situações de cerimônia: Vossa Excelência, Vossa Senhoria, Vossa Alteza etc.
Quando o presidente fala em cadeia nacional, o locutor diz "Vamos ouvir a palavra do Excelentíssimo Senhor Presidente da República...".
O presidente é Excelência. Usa-se esse pronome de tratamento para todas as autoridades constituídas, do vereador ao presidente.
É oportuno aqui tocar numa dúvida comum em relação aos pronomes de tratamento: quando usar "Vossa" e "Sua"? Ao falarmos diretamente com a pessoa, devemos usar "Vossa"; quando estivermos falando da pessoa, usaremos "Sua".
Aproveitando o exemplo acima: o locutor da Agência Nacional anunciaria aos brasileiros "Sua Excelência, o Presidente da República ...". No caso, o locutor estaria falando do Presidente.Se estivesse falando com o presidente, o correto seria " Vossa Excelência...".

3.5. Diferença entre "mal" e "mau"
Numa de suas provas, a FUVEST, que faz o vestibular da USP, Universidade de São Paulo, pediu aos alunos que escrevessem três frases com a palavra "mal". Mas era necessário usar os três valores gramaticais da palavra "mal".
Todo mundo se lembra imediatamente de dois desses valores. "Mal" pode ser advérbio, como ocorre na frase:
Aquele jogador joga mal
em que "mal" designa o modo como alguém joga.

"Mal" também pode ser substantivo:
Nunca pratique o mal; pratique sempre o bem.
E o terceiro valor gramatical da palavra "mal"? É o de conjunção indicativa de tempo e equivalendo a "logo que", "assim que", "imediatamente depois que":
Assim que você saiu
Logo que você saiu
Mal você saiu, ela chegou
Esse "mal" se escreve com "l" e é conjunção.
Outra dúvida em relação a essa palavrinha diz respeito a sua grafia. Isso ocorre porque também existe "mau", com "u". Para resolver essa questão, há uma dica muito útil: "mau" com "u" se opõe a "bom"; "mal" com "l" se opõe a "bem".
Fulano joga bem.
Fulano joga mal.
Fulano é bom jogador.
Fulano é mau jogador.
3.6. Símbolos e siglas
No dia-a-dia percebe-se muita confusão quanto aos símbolos, siglas e abreviaturas. As dúvidas começam nas formas de representação das unidades de tempo, comprimento e massa:
Como se escreve 4 horas?
É com "h" maiúsculo, minúsculo ou com "s" indicando plural?
Até 1960 o Brasil, aderindo à "Convenção do Metro", adotou o Sistema Métrico Decimal. Nele as unidades básicas de medida eram o metro, o litro e o quilograma. O desenvolvimento científico e tecnológico exigiu medições cada vez mais precisas e diversificadas. Por essa razão, o Sistema Métrico Decimal acabou sendo substituído pelo Sistema Internacional de Unidades - SI, adotado também no Brasil a partir de 1962.
Vejamos algumas convenções reconhecidas internacionalmente por esse acordo.
1 metro
1 m
1 tonelada
1 t
4 metros
4 m
1 hora
1 h
1 quilômetro
1 km
4 horas
4 h
1 litro
1 l
1 minuto
1 min
4 litros
4 l
30 minutos
30 min
1quilolitro
1 kl
1 segundo
1 s
As unidades SI podem ser escritas por seus nomes ou representadas por meio de SÍMBOLOS, um sinal convencional e invariável utilizado para facilitar e universalizar a escrita e a leitura das unidades SI.
Lembre-se de que os símbolos que representam as unidades SI não são abreviaturas; por isso mesmo não são seguidos de ponto, não têm plural nem podem ser grafados como expoentes.
Exemplo: se um jogo começa às dezenove horas e trinta minutos e se quer anotar isso de acordo com as normas internacionais, deve-se escrever 19h30min, sem ponto depois do min . Essa é a forma oficial.
Na linguagem cotidiana é comum o uso de quilo em lugar de quilograma. Raramente ouvimos a forma correta:
Por favor, quero um quilo de açúcar
Por favor, quero um quilograma de açúcar
Quilo, que é representado pelo símbolo k, indica que determinada unidade de medida (metro, litro, watt) está multiplicada por mil. Sendo assim, "quilo" é um prefixo, razão pela qual o símbolo "k" não pode ser utilizado sozinho:
1000 metros = 1 quilômetro -> km
1000 litros = 1 quilolitro ->kl
1000 watt = 1 quilowatt ->kw
Portanto kg é o símbolo utilizado para representar quilograma. Atenção: use o prefixo quilo da maneira correta, como nos exemplos:
quilômetro
quilograma
quilolitro
Quanto às siglas, também ocorre muita confusão. Você saberia dizer, por exemplo, qual seria a forma correta: S.O.S ou SOS?
A forma correta é S.O.S., com pontos, sigla originária do inglês e que internacionalmente significa "save our souls", salve nossas almas.
No Brasil adota-se a diferença entre sigla pura e sigla impura.
Sigla pura é quando todas as letras da sigla correspondem à primeira letra de cada palavra do nome que se quer abreviar. Todas as letras são escritas em maiúsculo. Um exemplo disso é I.N.P.S. Temos "I" de Instituto, "N" de Nacional," P" de Previdência e "S" de Social. Nessa sigla cada elemento formador do nome foi abreviado tomando-se a sua primeira letra.
Uma sigla só é pura quando todas as suas letras constituintes representam a letra que inicia cada uma das palavras da forma extensa da sigla.
Dersa é um exemplo de sigla impura. As duas primeiras letras, "De", são representantes da palavra Desenvolvimento, o "r" representa a palavra rodoviário, o "s" sociedade e o "a" anônima. Dersa não se enquadra no conceito de sigla pura. O "D" é maiúsculo porque inicia a sigla; as demais letras são minúsculas (o "e" também vem de desenvolvimento, junto com o "D" inicial).
Procure escrever as siglas e as abreviaturas segundo as normas vigentes.

3.7. Saldo e saúdo
Eu vos saldo com a paz do Senhor.
Eu vos saúdo com a paz do Senhor.
     Que frase é a correta?  Eu vos saúdo com a paz do Senhor.
Saldo - Diferença entre receitas e despesas.
Saúdo – Cumprimento.


3.8. Cumprimento ou comprimento
      Cumprimento:
1.Ato ou efeito de cumprir:
cumprimento de um dever, de uma promessa.

 2.Gesto ou expressão falada ou escrita de cortesia; saudação:
“Fazendo um cerimonioso cumprimento às meninas, estendeu-lhes a mão” (Coelho Neto, Treva, p. 178).

3.Elogio, louvor, gabo:
Devo tomar suas palavras como cumprimento ou como censura? [Cf. comprimento.]

      Comprimento refere-se a:
1.Extensão de linha.
2.Dimensão longitudinal de um objeto:
O comprimento da mesa é fora do comum.


4. Vícios de Linguagem – É qualquer infração que se faça às normas vigentes do idioma que falamos. Os principais são:
     4.1. BARBARISMO – erro de pronúncia, grafia ou forma de palavras:
            Ex. Rúbrica em vez de rubrica; cidadões por cidadãos; flagrante por fragrante; todos os dois em vez de ambos.
      4.2. ARCAÍSMO – Uso de expressões que já caíram em desuso.
            Ex. Vossa Mercê em vez de você
                   Mancebo em vez de jovem.

        4.3. PLEONASMO VICIOSO – repetições desnecessárias de palavras.
               Ex. Vi com os meus próprios olhos.
                     Subir para cima ou descer para baixo.
                     Entrou para dentro.
                     Saiu para fora.

        4.4. CACOFONIA - Encontro ou repetição de sons que desagrada ao ouvido.
                Ex. Manda-me já o dinheiro.
                      Meu coração por ti gela.

        4.5. IRONIA – é a figura pela qual dizemos o contrário do que pensamos.
               Ex. Fizeste um excelente serviço (para dizer serviço péssimo)
                     Esse irmão é uma benção (para não dizer o contrário)
                    
         4.6. HIPÉRBOLE – é uma afirmação exagerada.
                Ex.  Chorei rios de lágrimas.
                       Estava morto de sede.
                       Morri de tanto ri.
                       Tinha um mundo de planos na cabeça.








REFERÊNCIAS

Manual da Nova Ortografia. Revista Nova Escola. Edição Especial. Editoras Ática e Scipiione, 2009.
CD-ROOM: Enciclopédia Microsoft® Encarta®. © 1993-2001 Microsoft Corporation.
CD-ROOM: Novo Dicionário Aurélio.
Novo Dicionário Aurélio – CD-ROOM.
CD-ROOM: Coletânea de Conhecimentos 3.0, vol.01.
Apostila de Língua Portuguesa – Seminário Teológico da Assembléia de Deus em Irecê – Professores Ailton Martins e Jailson Alves.
Site: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Site: Só Português – Portal da Língua Portuguesa.
Site: Tv Cultura – Alô Escola – Nossa Língua Portuguesa.

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